A ZUMBIFICAÇÃO DA FAMÍLIA E A MORTE DO MUNDO!...
CAIO FABIO
Um mundo sem famílias será um mundo sem amor!
Mas e não há mais famílias no mundo?...
Claro que há; mas está acabando...
Ainda há pai e mãe, apesar de que muitos são apenas progenitores, e, dia a dia, menos pais e mães de fato...
Daqui a tempos [não muitos tempos] haverá uma grande quantidade de filhos de proveta e sem pais de fato.
Hoje se vê a falta de família determinando os grandes problemas sociais nas grandes cidades do mundo...
São meninos e meninas cheios de ódio e de rancor; tomados de vontade violenta; irreverentes; prontos para qualquer coisa suicida...
Prova disso, além da proliferação das drogas químicas que matam, há ainda os crimes contra pai, mãe, avós e parentes...
O que poderá fazer o Estado em favor de uma sociedade sem famílias?...
Não basta haver progenitores ou agentes legais de paternidade e maternidade...
O que falta mesmo é a velha e saudável noção de família, de casamento, de educação, de respeito, de reverencia pelos mais velhos; e, sobretudo, falta a certeza de que pai e mãe são para sempre...
Ora, este último aspecto é o mais fundamental...
Entretanto, tal conceito está moribundo pelo fato não apenas de os pais se separarem com extrema facilidade, mas, também, em razão de que tais pais, uma vez separados, trabalham contra a antiga família...
São homens, pais, que se vão e não mais voltam...
São mulheres, mães, que uma vez separadas trabalham contra o ex-marido em relação aos filhos...
No fim o que fica são esses meninos zumbis...
Sim! Zumbis sem vida e amor; apenas prontos para os espasmos da vontade suicida e descomprometida com o sentido da vida...
Um mundo assim será uma assombração...
De fato a Terra está se tornando um lugar mal-assombrado...
É do Haiti que hoje me vem a maior inspiração para crer no poder do amor...
É a terra do Vodu?...
É o que dizem...
Todavia, apesar de tudo, na atual catástrofe se viu a poder do amor de pais por seus filhos e de filhos pelos seus pais...
Houve quem, debaixo da terra, cavasse 50 horas, sozinho, a fim de salvar um filho igualmente sob os escombros; tendo o mesmo acontecido também com filhos que viraram tatus em busca de suas mães...
Em New York tal catástrofe talvez não tivesse as histórias pessoais de amor e compromisso com pai, mãe e filhos que se viu e se vê no Haiti...
Aqui, e dizem que o Haiti não é AQUI, o que se vê é um terremoto sem abalos sísmicos, mas que faz a alma tremer de desesperança e desamor...
No processo de glacialização do amor no mundo, a morte do sentido e significado de família é o agente mais devastador...
A Grande Bomba do mundo é a existência sem família e sem amor!...
Quem acha isso “careta” haverá de ver a careta dos filhos contra os pais e dos pais contra os filhos...
Eu creio na essencialidade da família porque eu creio no Pai, no Filho e Espírito Santo!
Quem crê que Deus é amor e que Ele é Pai, Filho e Espírito Santo — esse tem que ver na família o arquétipo de tal verdade eterna, sem a qual os homens, feitos à imagem e semelhança de Deus, se tornam deuses dês-relacionados e perversos...
Quem diz que tem medo de Macumba deve saber que a maior Macumba da Terra é essa que é feita de Despachos de Filhos e de Pais...
É no desamor de tais “despachos” que o diabo cresce no mundo!...
Quanto menos amor nas famílias [...], mais diabo no mundo!
Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça!
Nele, que disse “Eu e o Pai somos um”,
Caio
23 de janeiro de 2010
Lago Norte
Brasília
DF
www.caiofabio.com
www.vemevetv.com.br
Coleção de textos cristãos e artigos diversos contextualizando as verdades bíblicas para as realidades da nossa sociedade,visando oferecer respostas ou criar questionamentos
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Esclarecimentos (ainda sobre a tragédia do Haiti)
Reflexão sobre o Haiti
Vítima resgatada após uma semana sob os escombros
Hoje pela manhã, eu e minha filha revíamos o vídeo onde George Samuel Antoine quebrava todas as leis da “diplomacia” ao comentar o terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti, país mais pobre das Américas, na última terça-feira, dia 12 de janeiro. George Samuel Antoine é Cônsul do Haiti no Brasil, e numa entrevista veiculada pelo SBT, Sistema Brasileiro de Televisão, apontou como possível causa do terremoto certa maldição que pesa sobre o povo africano. Ao fazer tão infeliz comentário, o Cônsul não sabia que ainda estava sendo filmado.
Após ver o vídeo, deparei-me com outro artigo sobre o terremoto que tem causado comoção mundial, onde o tele-evangelista estadunidense Pat Robertson explica as "desgraças" haitianas como sendo conseqüência de "pactos" ocorridos há duzentos anos entre os haitianos e o demônio.
Naquele momento lembrei-me do tempo da Faculdade de Teologia.
Não que lá eu tenha ouvido besteiras tamanhas, mas porque, ao fazer as pesquisas para um capitulo de meu TCC sobre os aspectos teológicos usados pela Igreja Cristã para legitimar a escravidão negra, cheguei a entrar em crise.
Entrei em crise ao ler sobre tantas desgraças feitas, em nome de Deus, por pessoas que diziam acreditar Nele, sendo seus representantes, alegando até mesmo serem “cabeças visíveis” do Corpo de Jesus, a Igreja. Minha crise foi com os homens que diziam representar Deus e não com Deus, portanto minha fé abalou-se, mas não pereceu.
Ao estudar os materiais coletados para a Monografia, eu passava horas meditando sobre que tipo de espírito movia os teólogos que disseminaram o pensamento expresso no comentário infeliz do Cônsul sobre os africanos.
Ao rever o vídeo, não o censurei, pois o que ele disse não é exclusivamente fruto do pensar dele, antes, é fruto de sua crença, daquilo que aprendeu ou ouviu de algum religioso, pois as malfazejas palavras dele se baseiam em argumentos que no passado foram defendidos pela Igreja Cristã para legitimar a escravidão negra. Eduardo Hoornaert afirma:
O texto de Gênesis 9 pode ser chamado o texto “gerador” da ideologia escravista cristã. Ele se desdobrou, durante a história da teologia e especialmente da patrística em numerosas reflexões, comentários, elucubrações, tendo como finalidade justificar a existência da escravidão como instituição dentro do próprio corpo cristão. [...] Na cultura cristã, a famosa maldição de Cam e de Canaã se tornou uma espécie de artigo de fé, um arsenal de armas ideológicas cuja capacidade de alvo supera de longe a dos arsenais de guerra mais sofisticados, e que está longe de ser desmantelado nos dias que correm.
A prova de que a Igreja Cristã cria que os negros eram os herdeiros da maldição lançada por Noé sobre Cam, evidencia-se numa oração em favor da conversão ao catolicismo dos povos da África Central. Tal oração, que parte da Secretaria da Sagrada Congregação das Indulgências, Roma, em 12 de novembro de 1873, convida os católicos a rezarem assim:
“Rezemos pelos povos muito miseráveis da África Central que constituem a décima parte do gênero humano, para que Deus onipotente finalmente tire de seus corações a maldição de Cam e lhes dê a benção que só podem conseguir em Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor: Senhor Jesus Cristo, único Salvador de todo gênero humano, que já reinais de mar a mar e do rio até os confins da terra, abre com benevolência o seu sacratíssimo coração mesmo às almas mui miseráveis da África, que até agora encontram-se nas trevas e nas sombras da morte, para que pela intercessão da puríssima Virgem Maria, tua mãe imaculada, e de São José, tendo abandonado os ídolos, os etíopes se prostrem diante de Ti e sejam agregados à tua santa Igreja.”
É justo ser imparcial aqui, esclarecendo que tais argumentos também foram usados pelos cristãos protestantes, para fazerem uso da mão-de-obra escrava negra.
Sem querer polemizar, mas, sendo sincero no que eu creio, eu penso e estou escrevendo, quero tecer alguns comentários sobre o demônio e seus instrumentos humanos e estruturais.
Inicio dizendo que é muito fácil satanizar os outros, vendo sempre o diabo naquilo e naqueles que são diferentes, fechando os olhos para a ação do mal no meio de nossos sistemas religiosos os quais divinizamos. Portanto, olharei para dentro de minha religião cristã, a fim de resgatar fatos históricos, que pessoalmente interpreto como situações, onde cristãos atuaram como protagonistas, servindo a causa do mal.
Salvo no satanismo declarado, a luz das Escrituras sagradas de quaisquer religiões, o demônio é sempre o portador de opressão e escravidão.
Assim sendo, não negando a pessoalidade dele, para os judeus dos dias de Jesus de Nazaré, o maligno era o Império Romano e suas Legiões.
Para os povos que habitavam as Américas os “demônios” chegavam deslizando sobre as águas em suas imponentes naus. Eram portugueses, eram espanhóis, como no caso de nossa tão sofrida América Latina.
Os astecas, só depois de verem muitos dos seus mortos, se deram conta que os espanhóis não eram deuses, embora falassem e batizassem em nome de um Deus.
A História nos mostra que, na colonização das Américas, o “demônio” se personificou na escravidão, opressão e morte, experimentadas em grandes escalas pelos nativos, depois do contato com aqueles que traziam a "cruz" e o "credo".
Ou seja, na visão dos povos colonizados, tidos pelos europeus como "bárbaros pagãos" o mal sempre veio junto com os ditos "civilizados cristãos".
Ver tanto mal causado em nome de Cristo, que só pregou, viveu e morreu pelo bem da humanidade, me deixou em crise, mas, buscando refúgio na oração e na meditação das Escrituras, com a graça de Deus pude superá-la. E minhas leituras da Bíblia e da História me convenceram definitivamente que, não fora o Espírito Santo a força motriz de tantas desgraças, mas, sim, a ambição, o preconceito, o racismo e acima de tudo, o amor ao dinheiro, raiz de todos os males da humanidade.
O amor ao dinheiro e ao poder dele derivado fazem surgir ditadores de todos os matizes, ou seja, independente da cor da tez, o espírito ditatorial historicamente possuiu desde ao alemão Adolf Hitler até o negro ugandense Idi Amin Dada Oumee, conhecido como: "O talhante de Kampala", "senhor do horror" e "o carniceiro da África".
Estima-se que Idi Amim Dada, que se manteve no poder de 1971 a 1979, tenha matado entre 300 mil a meio milhão de pessoas durante o seu regime ditatorial.
O Haiti, ou ao menos, fragmentos dele, "e infelizmente do que há de pior nele", tornou-se bem conhecido do povo brasileiro, desde que o Brasil aceitou comandar a missão militar da ONU enviando 1200 soldados para ocupá-lo, numa forma de ajuda humanitária.
Atualmente o país tem tido espaço na mídia mundial, devido ao terremoto que matou dezenas de milhares de pessoas, inclusive militares brasileiros e a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança.
Talvez o que pouquíssimas pessoas saibam é que o Haiti fulgura na História como a primeira nação americana que se viu livre da mais execrável vilania que já se viu debaixo do céu. A existência da sofrida população haitiana esta ligada à história da escravidão, à luta e libertação dela. Libertação que veio através da revolta dos negros escravizados. E, é por terem obtido a vitória numa revoltosa luta pela liberdade que Pat Robertson declara que o diabo ajudou aos negros haitianos.
Contrariando Pat Robertson, julgando por aquilo que está em Êxodo capítulo três, a Divindade que se coloca ao lado dos escravos é Deus, não o demônio. O demônio está do lado do opressor, personificado em Faraó e seus magos, que fazem de tudo para manter o povo sob o jugo da escravidão.
Deus se opõe à escravidão, pois ela tira o que existe de mais sagrado para o ser humano, a liberdade. Pela liberdade o ser humano é capaz tanto de matar, como de morrer. Tal qual muitos escravos faziam, optando pelo suicídio como fuga da escravidão.
A escravidão citada pela Bíblia é totalmente diferente da imposta aos povos africanos pelos europeus, diferindo-se também da escravidão que existia entre tribos africanas.
Deus não amaldiçoou aos negros, ao contrário do "racista-cinio" do Cônsul haitiano, George Samuel Antoine, Javé os amou! Amor expresso nesta declaração: “Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes?” (Amós 9.7).
Creio que, quem estava ao lado, ou a frente dos negros haitianos na rebelião que levou à libertação, era Deus e não o Maligno. Veja um trecho da história da revolução haitiana:
O ano de 2004 marca o bicentenário da maior revolta de escravos da história, que conseguiu de forma genial derrotar os mais poderosos exércitos da época: francês, inglês e espanhol. Genial, porque aproveitou a experiência militar dos negros trazidos da África para trabalharem até a morte como escravos na “Pérola das Antilhas”, a mais lucrativa colônia da época. Usando técnicas de guerrilha, entre 1791 e 1804 o exército de libertação liderado por Toussaint e Dessalines fustigou incessantemente as forças regulares das potências colonialistas até obter a vitória, na maior epopéia de libertação jamais vista pela Europa. A Revolução Haitiana foi feita pelos haitianos, mas sua vitória pertence a todos os povos, por demonstrar, no alvorecer do século XIX, a possibilidade real de derrotar um inimigo várias vezes mais poderoso. Dessa forma, os haitianos destruíram o mito da invencibilidade da Europa, e deram o exemplo para as lutas de libertação nas colônias da América Latina.
O exemplo de liberdade não poderia sobreviver impunemente: por mais de 60 anos os Estados Unidos impuseram bloqueio econômico ao Haiti, e a França impôs pesadas compensações pela perda da lucrativa colônia, estrangulando a economia do pequeno e recém-criado país. O Haiti foi a primeira nação americana livre da escravidão. Nesses dois séculos desde a independência, a ilha foi alvo dos interesses colonialistas e imperialistas, sendo ocupada pelos Estados Unidos entre 1915 e 1934, levando à morte milhares de haitianos.
Entre 1957 e 1986 as ditaduras de Papa Doc e Baby Doc espalharam o terror e resultaram em revolta popular. Em 1990, defendendo um programa de governo popular, o ex-padre Jean-Bertrand Aristide foi eleito com 70 % dos votos, para ser deposto por golpe militar apoiado pelos Estados Unidos em 1991.
De volta em 1994, agora com o apoio dos EUA, e com posições políticas pró-imperialistas, Aristide governou com o apoio de milícias armadas. Porém, devido à forte oposição popular, a situação tornou-se insuportável.”
Argumento que: se considerarmos que os escravistas eram cristãos que diziam crer em Deus, e tomando a sério a explicação de Pat Robertson de que os negros se aliaram ao diabo para conseguirem a liberdade, somos obrigados a acreditar que Deus pela primeira vez na história perdeu para o diabo, pois como acima citado no alvorecer do século XIX, o povo haitiano derrotou um inimigo infinitamente mais poderoso do que eles.
Eu prefiro acreditar que a vitória foi possível por estar Deus ao lado dos oprimidos e não dos opressores, isto independente da religião deles. E que a atual miséria do Haiti se deve ao abandono e embargos impostos pelas nações que anteriormente exploraram o país e os escravos.
Quanto ao terremoto, acredito que qualquer país que esteja situado sobre as bordas de placas tectônicas, independente do credo religioso que professe, está sujeito a ser atingido por um terremoto.
Se os povos do Haiti fossem brancos, teriam feito até filmes sobre a revolução que lhes concedeu a liberdade, e tal vitória seria creditada à ajuda de Deus, mas como é um país majoritariamente negro, é mais fácil, explicar a vitória e as desgraças lá ocorridas como frutos de pactos demoníacos.
Penso que o diabo é um ser pessoal, inteligente, que atua no mundo, mas, muito mais do agir em e através de pessoas, sua maldade possui alcance maior quando ele se apossa de estruturas, ideologias e instituições. E sua ideologia preferida tem sido a racista, que tem causado milhares de conflitos e mortes ao longo da História.
Infelizmente, a História e as vigentes injustiças decorrentes da escravidão impedem nosso silêncio sobre a questão negra, pois a ideologia racista deixou suas marcas satânicas até mesmo dentro da Igreja Cristã. Sim, até mesmo igrejas podem ser usadas pelo mal! Pois, serve ao diabo toda igreja cuja pregação aliena, escraviza, impede a pessoa de crescer e de desenvolver o seu pensar. Toda igreja que se coloca ao lado dos poderosos deste mundo traiu o Evangelho, negou a fé, se tornando pior do que os infiéis.
Religião que não incentiva o saber e crescer humano é instrumento do mal, pois o diabo é o principal interessado em manter as pessoas na ignorância. Igreja que não incentiva o saber, buscando unir piedade vital e ciência, não proclama a Boa Nova de Jesus, pois o Evangelho de Cristo é libertador e não aprisionador.
Toda vez que uma religião oprime, mata, discrimina, usando do poder político para se expandir, deixa de servir a Deus, passando a ser útil, ainda que inconscientemente, àquele que é o oposto de Jesus Cristo e pregando o oposto à verdade, o oposto do amor, o oposto da justiça e da paz.
Relacionar o africano a maldição é desconhecer as Escrituras, aceitando de forma acrítica interpretações teológicas distorcidas que serviram aos interesses escravistas que se firmaram na Europa com as Grandes Navegações e a descoberta dos chamados “Novos Mundos”. É demonstrar ignorância quanto ao Cristianismo de Matriz Afro, muito mais antigo que o Europeu, e que permanece mais puro do que o catolicismo e protestantismo europeu.
Concluo dizendo que: minha leitura bíblica me diz que o demônio escraviza, mostrando-me que ele veio para roubar, matar e destruir. Com base nesse meu pensar eu gostaria de lembrar ao Cônsul, ao Pat Robertson e a outros que pensem igualmente a eles, que, quem praticou roubos, morticínios e destruições de culturas e civilizações inteiras com maior eficácia e freqüência foram os chamados colonizadores europeus.
Além desse lembrete, deixo as seguintes indagações:
Se o diabo veio para roubar, matar e destruir: qual o espírito que se movia na cristandade, nas Cruzadas, inquisições, colonizações e outras atitudes que mataram a milhares de pessoas?
Sendo assim, quem se aproxima mais de ligações com o diabo? Os dominados, ou seus dominadores?
Qual espírito que se movia nas Igrejas alemãs, que as levaram ao silêncio ou apoio ao nazismo? Excetuando o pastor Dietrich Bonhoeffer e os outros defensores da Igreja Confessional, que se opuseram ao regime de Adolf Hitler e por isso foram ferozmente perseguidos pelo nazismo.
Se o ocorrido no Haiti foi devido a “pactos satânicos”, como explicar então desastres naturais ocorridos em países cristãos, tais como, Brasil, EUA, Inglaterra e etc.?
Nas infelizes palavras do Cônsul, cujo pensar é semelhante ao de inúmeros cristãos, podemos ver que a interpretação teológica causadora da desgraça de um continente inteiro e dos africanos na diáspora forçada, ainda está viva e latente como mantenedora da discriminação étnica que leva a exclusão social e ao preconceito religioso em relação ao povo negro.
É por causa de declarações como as de Pat Robertson e do Cônsul haitiano que teólogos comprometidos com a verdade, justiça e a paz não podem se calar! Pois, se no passado usaram e ainda hoje usam a teologia como instrumento de alienação e discriminação, é nosso dever cristão, por fidelidade ao Evangelho, usá-la em favor da conscientização e libertação.
Pr. José do Carmo da Silva. (Zé do Egito), afro-descendente (descendente de africano).
Igreja Metodista do Brasil.
Fontes: HOORNAERT, Eduardo. O negro e a Bíblia: um clamor de justiça. A leitura da Bíblia em relação à escravidão negra no Brasil - colônia (um inventário) Petrópolis: Vozes, 1988.
Fonte: metodista.org.br
Vítima resgatada após uma semana sob os escombros
Hoje pela manhã, eu e minha filha revíamos o vídeo onde George Samuel Antoine quebrava todas as leis da “diplomacia” ao comentar o terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti, país mais pobre das Américas, na última terça-feira, dia 12 de janeiro. George Samuel Antoine é Cônsul do Haiti no Brasil, e numa entrevista veiculada pelo SBT, Sistema Brasileiro de Televisão, apontou como possível causa do terremoto certa maldição que pesa sobre o povo africano. Ao fazer tão infeliz comentário, o Cônsul não sabia que ainda estava sendo filmado.
Após ver o vídeo, deparei-me com outro artigo sobre o terremoto que tem causado comoção mundial, onde o tele-evangelista estadunidense Pat Robertson explica as "desgraças" haitianas como sendo conseqüência de "pactos" ocorridos há duzentos anos entre os haitianos e o demônio.
Naquele momento lembrei-me do tempo da Faculdade de Teologia.
Não que lá eu tenha ouvido besteiras tamanhas, mas porque, ao fazer as pesquisas para um capitulo de meu TCC sobre os aspectos teológicos usados pela Igreja Cristã para legitimar a escravidão negra, cheguei a entrar em crise.
Entrei em crise ao ler sobre tantas desgraças feitas, em nome de Deus, por pessoas que diziam acreditar Nele, sendo seus representantes, alegando até mesmo serem “cabeças visíveis” do Corpo de Jesus, a Igreja. Minha crise foi com os homens que diziam representar Deus e não com Deus, portanto minha fé abalou-se, mas não pereceu.
Ao estudar os materiais coletados para a Monografia, eu passava horas meditando sobre que tipo de espírito movia os teólogos que disseminaram o pensamento expresso no comentário infeliz do Cônsul sobre os africanos.
Ao rever o vídeo, não o censurei, pois o que ele disse não é exclusivamente fruto do pensar dele, antes, é fruto de sua crença, daquilo que aprendeu ou ouviu de algum religioso, pois as malfazejas palavras dele se baseiam em argumentos que no passado foram defendidos pela Igreja Cristã para legitimar a escravidão negra. Eduardo Hoornaert afirma:
O texto de Gênesis 9 pode ser chamado o texto “gerador” da ideologia escravista cristã. Ele se desdobrou, durante a história da teologia e especialmente da patrística em numerosas reflexões, comentários, elucubrações, tendo como finalidade justificar a existência da escravidão como instituição dentro do próprio corpo cristão. [...] Na cultura cristã, a famosa maldição de Cam e de Canaã se tornou uma espécie de artigo de fé, um arsenal de armas ideológicas cuja capacidade de alvo supera de longe a dos arsenais de guerra mais sofisticados, e que está longe de ser desmantelado nos dias que correm.
A prova de que a Igreja Cristã cria que os negros eram os herdeiros da maldição lançada por Noé sobre Cam, evidencia-se numa oração em favor da conversão ao catolicismo dos povos da África Central. Tal oração, que parte da Secretaria da Sagrada Congregação das Indulgências, Roma, em 12 de novembro de 1873, convida os católicos a rezarem assim:
“Rezemos pelos povos muito miseráveis da África Central que constituem a décima parte do gênero humano, para que Deus onipotente finalmente tire de seus corações a maldição de Cam e lhes dê a benção que só podem conseguir em Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor: Senhor Jesus Cristo, único Salvador de todo gênero humano, que já reinais de mar a mar e do rio até os confins da terra, abre com benevolência o seu sacratíssimo coração mesmo às almas mui miseráveis da África, que até agora encontram-se nas trevas e nas sombras da morte, para que pela intercessão da puríssima Virgem Maria, tua mãe imaculada, e de São José, tendo abandonado os ídolos, os etíopes se prostrem diante de Ti e sejam agregados à tua santa Igreja.”
É justo ser imparcial aqui, esclarecendo que tais argumentos também foram usados pelos cristãos protestantes, para fazerem uso da mão-de-obra escrava negra.
Sem querer polemizar, mas, sendo sincero no que eu creio, eu penso e estou escrevendo, quero tecer alguns comentários sobre o demônio e seus instrumentos humanos e estruturais.
Inicio dizendo que é muito fácil satanizar os outros, vendo sempre o diabo naquilo e naqueles que são diferentes, fechando os olhos para a ação do mal no meio de nossos sistemas religiosos os quais divinizamos. Portanto, olharei para dentro de minha religião cristã, a fim de resgatar fatos históricos, que pessoalmente interpreto como situações, onde cristãos atuaram como protagonistas, servindo a causa do mal.
Salvo no satanismo declarado, a luz das Escrituras sagradas de quaisquer religiões, o demônio é sempre o portador de opressão e escravidão.
Assim sendo, não negando a pessoalidade dele, para os judeus dos dias de Jesus de Nazaré, o maligno era o Império Romano e suas Legiões.
Para os povos que habitavam as Américas os “demônios” chegavam deslizando sobre as águas em suas imponentes naus. Eram portugueses, eram espanhóis, como no caso de nossa tão sofrida América Latina.
Os astecas, só depois de verem muitos dos seus mortos, se deram conta que os espanhóis não eram deuses, embora falassem e batizassem em nome de um Deus.
A História nos mostra que, na colonização das Américas, o “demônio” se personificou na escravidão, opressão e morte, experimentadas em grandes escalas pelos nativos, depois do contato com aqueles que traziam a "cruz" e o "credo".
Ou seja, na visão dos povos colonizados, tidos pelos europeus como "bárbaros pagãos" o mal sempre veio junto com os ditos "civilizados cristãos".
Ver tanto mal causado em nome de Cristo, que só pregou, viveu e morreu pelo bem da humanidade, me deixou em crise, mas, buscando refúgio na oração e na meditação das Escrituras, com a graça de Deus pude superá-la. E minhas leituras da Bíblia e da História me convenceram definitivamente que, não fora o Espírito Santo a força motriz de tantas desgraças, mas, sim, a ambição, o preconceito, o racismo e acima de tudo, o amor ao dinheiro, raiz de todos os males da humanidade.
O amor ao dinheiro e ao poder dele derivado fazem surgir ditadores de todos os matizes, ou seja, independente da cor da tez, o espírito ditatorial historicamente possuiu desde ao alemão Adolf Hitler até o negro ugandense Idi Amin Dada Oumee, conhecido como: "O talhante de Kampala", "senhor do horror" e "o carniceiro da África".
Estima-se que Idi Amim Dada, que se manteve no poder de 1971 a 1979, tenha matado entre 300 mil a meio milhão de pessoas durante o seu regime ditatorial.
O Haiti, ou ao menos, fragmentos dele, "e infelizmente do que há de pior nele", tornou-se bem conhecido do povo brasileiro, desde que o Brasil aceitou comandar a missão militar da ONU enviando 1200 soldados para ocupá-lo, numa forma de ajuda humanitária.
Atualmente o país tem tido espaço na mídia mundial, devido ao terremoto que matou dezenas de milhares de pessoas, inclusive militares brasileiros e a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança.
Talvez o que pouquíssimas pessoas saibam é que o Haiti fulgura na História como a primeira nação americana que se viu livre da mais execrável vilania que já se viu debaixo do céu. A existência da sofrida população haitiana esta ligada à história da escravidão, à luta e libertação dela. Libertação que veio através da revolta dos negros escravizados. E, é por terem obtido a vitória numa revoltosa luta pela liberdade que Pat Robertson declara que o diabo ajudou aos negros haitianos.
Contrariando Pat Robertson, julgando por aquilo que está em Êxodo capítulo três, a Divindade que se coloca ao lado dos escravos é Deus, não o demônio. O demônio está do lado do opressor, personificado em Faraó e seus magos, que fazem de tudo para manter o povo sob o jugo da escravidão.
Deus se opõe à escravidão, pois ela tira o que existe de mais sagrado para o ser humano, a liberdade. Pela liberdade o ser humano é capaz tanto de matar, como de morrer. Tal qual muitos escravos faziam, optando pelo suicídio como fuga da escravidão.
A escravidão citada pela Bíblia é totalmente diferente da imposta aos povos africanos pelos europeus, diferindo-se também da escravidão que existia entre tribos africanas.
Deus não amaldiçoou aos negros, ao contrário do "racista-cinio" do Cônsul haitiano, George Samuel Antoine, Javé os amou! Amor expresso nesta declaração: “Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes?” (Amós 9.7).
Creio que, quem estava ao lado, ou a frente dos negros haitianos na rebelião que levou à libertação, era Deus e não o Maligno. Veja um trecho da história da revolução haitiana:
O ano de 2004 marca o bicentenário da maior revolta de escravos da história, que conseguiu de forma genial derrotar os mais poderosos exércitos da época: francês, inglês e espanhol. Genial, porque aproveitou a experiência militar dos negros trazidos da África para trabalharem até a morte como escravos na “Pérola das Antilhas”, a mais lucrativa colônia da época. Usando técnicas de guerrilha, entre 1791 e 1804 o exército de libertação liderado por Toussaint e Dessalines fustigou incessantemente as forças regulares das potências colonialistas até obter a vitória, na maior epopéia de libertação jamais vista pela Europa. A Revolução Haitiana foi feita pelos haitianos, mas sua vitória pertence a todos os povos, por demonstrar, no alvorecer do século XIX, a possibilidade real de derrotar um inimigo várias vezes mais poderoso. Dessa forma, os haitianos destruíram o mito da invencibilidade da Europa, e deram o exemplo para as lutas de libertação nas colônias da América Latina.
O exemplo de liberdade não poderia sobreviver impunemente: por mais de 60 anos os Estados Unidos impuseram bloqueio econômico ao Haiti, e a França impôs pesadas compensações pela perda da lucrativa colônia, estrangulando a economia do pequeno e recém-criado país. O Haiti foi a primeira nação americana livre da escravidão. Nesses dois séculos desde a independência, a ilha foi alvo dos interesses colonialistas e imperialistas, sendo ocupada pelos Estados Unidos entre 1915 e 1934, levando à morte milhares de haitianos.
Entre 1957 e 1986 as ditaduras de Papa Doc e Baby Doc espalharam o terror e resultaram em revolta popular. Em 1990, defendendo um programa de governo popular, o ex-padre Jean-Bertrand Aristide foi eleito com 70 % dos votos, para ser deposto por golpe militar apoiado pelos Estados Unidos em 1991.
De volta em 1994, agora com o apoio dos EUA, e com posições políticas pró-imperialistas, Aristide governou com o apoio de milícias armadas. Porém, devido à forte oposição popular, a situação tornou-se insuportável.”
Argumento que: se considerarmos que os escravistas eram cristãos que diziam crer em Deus, e tomando a sério a explicação de Pat Robertson de que os negros se aliaram ao diabo para conseguirem a liberdade, somos obrigados a acreditar que Deus pela primeira vez na história perdeu para o diabo, pois como acima citado no alvorecer do século XIX, o povo haitiano derrotou um inimigo infinitamente mais poderoso do que eles.
Eu prefiro acreditar que a vitória foi possível por estar Deus ao lado dos oprimidos e não dos opressores, isto independente da religião deles. E que a atual miséria do Haiti se deve ao abandono e embargos impostos pelas nações que anteriormente exploraram o país e os escravos.
Quanto ao terremoto, acredito que qualquer país que esteja situado sobre as bordas de placas tectônicas, independente do credo religioso que professe, está sujeito a ser atingido por um terremoto.
Se os povos do Haiti fossem brancos, teriam feito até filmes sobre a revolução que lhes concedeu a liberdade, e tal vitória seria creditada à ajuda de Deus, mas como é um país majoritariamente negro, é mais fácil, explicar a vitória e as desgraças lá ocorridas como frutos de pactos demoníacos.
Penso que o diabo é um ser pessoal, inteligente, que atua no mundo, mas, muito mais do agir em e através de pessoas, sua maldade possui alcance maior quando ele se apossa de estruturas, ideologias e instituições. E sua ideologia preferida tem sido a racista, que tem causado milhares de conflitos e mortes ao longo da História.
Infelizmente, a História e as vigentes injustiças decorrentes da escravidão impedem nosso silêncio sobre a questão negra, pois a ideologia racista deixou suas marcas satânicas até mesmo dentro da Igreja Cristã. Sim, até mesmo igrejas podem ser usadas pelo mal! Pois, serve ao diabo toda igreja cuja pregação aliena, escraviza, impede a pessoa de crescer e de desenvolver o seu pensar. Toda igreja que se coloca ao lado dos poderosos deste mundo traiu o Evangelho, negou a fé, se tornando pior do que os infiéis.
Religião que não incentiva o saber e crescer humano é instrumento do mal, pois o diabo é o principal interessado em manter as pessoas na ignorância. Igreja que não incentiva o saber, buscando unir piedade vital e ciência, não proclama a Boa Nova de Jesus, pois o Evangelho de Cristo é libertador e não aprisionador.
Toda vez que uma religião oprime, mata, discrimina, usando do poder político para se expandir, deixa de servir a Deus, passando a ser útil, ainda que inconscientemente, àquele que é o oposto de Jesus Cristo e pregando o oposto à verdade, o oposto do amor, o oposto da justiça e da paz.
Relacionar o africano a maldição é desconhecer as Escrituras, aceitando de forma acrítica interpretações teológicas distorcidas que serviram aos interesses escravistas que se firmaram na Europa com as Grandes Navegações e a descoberta dos chamados “Novos Mundos”. É demonstrar ignorância quanto ao Cristianismo de Matriz Afro, muito mais antigo que o Europeu, e que permanece mais puro do que o catolicismo e protestantismo europeu.
Concluo dizendo que: minha leitura bíblica me diz que o demônio escraviza, mostrando-me que ele veio para roubar, matar e destruir. Com base nesse meu pensar eu gostaria de lembrar ao Cônsul, ao Pat Robertson e a outros que pensem igualmente a eles, que, quem praticou roubos, morticínios e destruições de culturas e civilizações inteiras com maior eficácia e freqüência foram os chamados colonizadores europeus.
Além desse lembrete, deixo as seguintes indagações:
Se o diabo veio para roubar, matar e destruir: qual o espírito que se movia na cristandade, nas Cruzadas, inquisições, colonizações e outras atitudes que mataram a milhares de pessoas?
Sendo assim, quem se aproxima mais de ligações com o diabo? Os dominados, ou seus dominadores?
Qual espírito que se movia nas Igrejas alemãs, que as levaram ao silêncio ou apoio ao nazismo? Excetuando o pastor Dietrich Bonhoeffer e os outros defensores da Igreja Confessional, que se opuseram ao regime de Adolf Hitler e por isso foram ferozmente perseguidos pelo nazismo.
Se o ocorrido no Haiti foi devido a “pactos satânicos”, como explicar então desastres naturais ocorridos em países cristãos, tais como, Brasil, EUA, Inglaterra e etc.?
Nas infelizes palavras do Cônsul, cujo pensar é semelhante ao de inúmeros cristãos, podemos ver que a interpretação teológica causadora da desgraça de um continente inteiro e dos africanos na diáspora forçada, ainda está viva e latente como mantenedora da discriminação étnica que leva a exclusão social e ao preconceito religioso em relação ao povo negro.
É por causa de declarações como as de Pat Robertson e do Cônsul haitiano que teólogos comprometidos com a verdade, justiça e a paz não podem se calar! Pois, se no passado usaram e ainda hoje usam a teologia como instrumento de alienação e discriminação, é nosso dever cristão, por fidelidade ao Evangelho, usá-la em favor da conscientização e libertação.
Pr. José do Carmo da Silva. (Zé do Egito), afro-descendente (descendente de africano).
Igreja Metodista do Brasil.
Fontes: HOORNAERT, Eduardo. O negro e a Bíblia: um clamor de justiça. A leitura da Bíblia em relação à escravidão negra no Brasil - colônia (um inventário) Petrópolis: Vozes, 1988.
Fonte: metodista.org.br
Contextualização de uma parábola
Parábola do bom soldado (ou da Zilda Arns)
Por Levi Bronzeado e
Leonardo Gonçalves
Descia um negro do Haiti para as bandas do norte do Brasil. Carregava uma espécie de boneco em uma de suas mãos, além de uns poucos trocados nos bolsos. Chegara à região setentrional deste país, onde, a boca pequena, se ouvia dizer ser bastante “evangelizada”.
Repentinamente, o haitiano se vê nas mãos de assaltantes, que o despojaram e o espancaram deixando-o quase morto ao solo.
Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote de olhar SEVERO, que vendo o desvalido no chão, a gemer, com um pequeno boneco ainda pendente de suas mãos flácidas e pálidas, passou de largo, dizendo: “Este, naturalmente está recebendo o merecido castigo Divino por adorar o boneco “vodu”!
De igual modo também um crente carismático, oriundo de alguma denominação neopentecostal chegou àquele lugar e, vendo-o passou de largo, bradando: “Está tudo amarrado!”, e nada fez pelo miserável.
Mas um soldado brasileiro e uma senhora de pele clara que chegavam de Porto Príncipe, ao ver o ferido, moveram-se de ÍNTIMA COMPAIXÃO.
Aproximando-se, ataram-lhe as feridas, deitando-lhe azeite e uma aguardente que o soldado levava em sua mochila. Então o soldado, pondo-o em seu carro, levou-o para um hospital, onde ele recebeu tratamento médico adequado.
***
Em memória dos 20 soldados brasileiros da força de paz, que morreram heroicamente no Haiti, e de Zilda Arns, mulher de fibra que ajudou milhares de crianças a vencer a desnutrição.
Fonte: pulpitocristao.com
Por Levi Bronzeado e
Leonardo Gonçalves
Descia um negro do Haiti para as bandas do norte do Brasil. Carregava uma espécie de boneco em uma de suas mãos, além de uns poucos trocados nos bolsos. Chegara à região setentrional deste país, onde, a boca pequena, se ouvia dizer ser bastante “evangelizada”.
Repentinamente, o haitiano se vê nas mãos de assaltantes, que o despojaram e o espancaram deixando-o quase morto ao solo.
Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote de olhar SEVERO, que vendo o desvalido no chão, a gemer, com um pequeno boneco ainda pendente de suas mãos flácidas e pálidas, passou de largo, dizendo: “Este, naturalmente está recebendo o merecido castigo Divino por adorar o boneco “vodu”!
De igual modo também um crente carismático, oriundo de alguma denominação neopentecostal chegou àquele lugar e, vendo-o passou de largo, bradando: “Está tudo amarrado!”, e nada fez pelo miserável.
Mas um soldado brasileiro e uma senhora de pele clara que chegavam de Porto Príncipe, ao ver o ferido, moveram-se de ÍNTIMA COMPAIXÃO.
Aproximando-se, ataram-lhe as feridas, deitando-lhe azeite e uma aguardente que o soldado levava em sua mochila. Então o soldado, pondo-o em seu carro, levou-o para um hospital, onde ele recebeu tratamento médico adequado.
***
Em memória dos 20 soldados brasileiros da força de paz, que morreram heroicamente no Haiti, e de Zilda Arns, mulher de fibra que ajudou milhares de crianças a vencer a desnutrição.
Fonte: pulpitocristao.com
domingo, 6 de dezembro de 2009
Uma parábola pós-moderna
OS INTERVALOS E SUBSTITUIÇÕES DA VIDA
Inspirado na pregação do Pr Gustavo Faleiro no dia 06/12/2009
Hoje foi um dia especial para o Rio de Janeiro. O Flamengo foi Campeão Brasileiro e o Fluminense e o Botafogo escapam da segunda divisão; o futebol estava em todas as bocas e corações.
Foi muito oportuna, então, a mensagem do Pr Gustavo, na Igreja Metodista de Botafogo, à noite, transformando tudo isso em parábola atual.
Ao construir um elo entre a estratégia de Jesus, com o que a cidade estava vivenciando, ele conseguiu trazer para a comunidade reunida ali um vislumbre, muito interessante, sobre o sentido real do que seria uma parábola.
Ao utilizar-se das rotinas de uma partida de futebol, em comparação com as rotinas da vida, percebemos, em pelos menos duas situações, como Deus pode atuar em nossas vidas.
Todas os jogos tem um intervalo entre um tempo e outro. Temos intervalos na vida, que quando bem aproveitados, podem mudar completamente o curso da nossa história e as realidades que estamos vivenciando. Pode ser momento de reflexão, de novos ritmos, novas metas etc.
Também podemos ver nas partidas que os técnicos, em alguns jogos, tem a chance de substituir jogadores, que em geral, podem imprimir um novo ritmo ao jogo, podendo até mudar um placar adverso. Deus efetua substituições em nossas vidas, podemos trocar um modo de vida por outro que pode alterar as nossas retinas; a maldição pode ser substituída pela benção do Senhor.
O mais interessante nesta estratégia de Jesus, de utilizar as coisas do dia a dia, da caminhada com os discípulos, era a associação do seu discurso, com coisas visíveis que foram abordadas por ele. Neste modelo de ensino, os objetos comparados passariam a ser lembrados de outra maneira, um lírio, por exemplo, balançando ao vento lembraria para sempre as palavras do Mestre, nunca mais seria visto da mesma forma, teria uma beleza ampliada pela memória da convivência.
Nesta parábola pós-moderna, o intervalo do jogo, assim como as substituições realizadas, não serão mais vistas da mesma maneira que antes, transformaram-se em lírios memoriais, apontando para o poder de Deus para gerar intervalos que transformam situações adversas, efetuando substituições eficazes para mudar o placar da vida, transformando perdas em ganhos.
Obrigado Pr Gustavo
Parabéns Flamengo.
LUCIANO OLIVEIRA
Inspirado na pregação do Pr Gustavo Faleiro no dia 06/12/2009
Hoje foi um dia especial para o Rio de Janeiro. O Flamengo foi Campeão Brasileiro e o Fluminense e o Botafogo escapam da segunda divisão; o futebol estava em todas as bocas e corações.
Foi muito oportuna, então, a mensagem do Pr Gustavo, na Igreja Metodista de Botafogo, à noite, transformando tudo isso em parábola atual.
Ao construir um elo entre a estratégia de Jesus, com o que a cidade estava vivenciando, ele conseguiu trazer para a comunidade reunida ali um vislumbre, muito interessante, sobre o sentido real do que seria uma parábola.
Ao utilizar-se das rotinas de uma partida de futebol, em comparação com as rotinas da vida, percebemos, em pelos menos duas situações, como Deus pode atuar em nossas vidas.
Todas os jogos tem um intervalo entre um tempo e outro. Temos intervalos na vida, que quando bem aproveitados, podem mudar completamente o curso da nossa história e as realidades que estamos vivenciando. Pode ser momento de reflexão, de novos ritmos, novas metas etc.
Também podemos ver nas partidas que os técnicos, em alguns jogos, tem a chance de substituir jogadores, que em geral, podem imprimir um novo ritmo ao jogo, podendo até mudar um placar adverso. Deus efetua substituições em nossas vidas, podemos trocar um modo de vida por outro que pode alterar as nossas retinas; a maldição pode ser substituída pela benção do Senhor.
O mais interessante nesta estratégia de Jesus, de utilizar as coisas do dia a dia, da caminhada com os discípulos, era a associação do seu discurso, com coisas visíveis que foram abordadas por ele. Neste modelo de ensino, os objetos comparados passariam a ser lembrados de outra maneira, um lírio, por exemplo, balançando ao vento lembraria para sempre as palavras do Mestre, nunca mais seria visto da mesma forma, teria uma beleza ampliada pela memória da convivência.
Nesta parábola pós-moderna, o intervalo do jogo, assim como as substituições realizadas, não serão mais vistas da mesma maneira que antes, transformaram-se em lírios memoriais, apontando para o poder de Deus para gerar intervalos que transformam situações adversas, efetuando substituições eficazes para mudar o placar da vida, transformando perdas em ganhos.
Obrigado Pr Gustavo
Parabéns Flamengo.
LUCIANO OLIVEIRA
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Oração que ofende a Deus
'Pai’, abençoa este corrupto…
Jehozadak Pereira
"Pai, quero te agradecer por estarmos aqui, sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos, mas é o teu sangue que nos purifica. Pai, nós somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para essa cidade. Tantas são as investidas, Senhor, de homens malignos contra a vida dele, contra nossas vidas. Nós precisamos da Tua cobertura e dessa Tua graça, da Tua sabedoria, de pessoas que tenham, Senhor, armas para nos ajudar essa guerra. Acima de tudo, Senhor, todas as armas podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o Senhor nunca falha”.
A “oração” que o deputado distrital e corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal fez pelo corrupto Durval Barbosa é de uma canalhice sem tamanho na história do evangelho brasileiro. O que dirão agora os defensores da política na igreja? O que dirão os que acham que a igreja deve estar imiscuida com os políticos?
A igreja jamais precisou dos políticos seja lá para o que for. Ao contrário, os políticos é que sempre andaram atrás de alguns pseudo-líderes que jamais hesitaram em vender seus púlpitos por qualquer trocado, já que o negócio é monetário e consequentemente as mesuras a adulações do passado já não servem mais para dar um lustro no ego destes líderes. Podem até receber os salamaleques e condecorações, mas desde que venha em primeiro lugar grana, muita grana.
Este caso de Brasília e do deputado Brunelli é só uma ponta do iceberg do que acontece no meio da igreja brasileira, onde cada qual tem o seu candidato, menos por ideologia ou amizade e mais por puro interesse financeiro mesmo, afinal o que importa é o número de eleitores que cada qual domina nos seus rebanhos. Ou seja, o povo na maioria das vezes é chamado a votar no candidato que o cacique religioso indicar e para tanto, a mão do santo, ops, do homem de “Deus” tem que ser devidamente molhada, ou preenchida com régias quantias.
É só conhecer os bastidores da igreja – ou de algumas igrejas e associações religiosas no Brasil, para saber que os velhacos fazem negociatas com políticos a torto e a direiro sem se incomodarem com o que se passa ao seu redor.
Junior Brunelli deu azar e foi apanhado com a boca, ou melhor, com a mão na grana, num vídeo que mostra a crua realidade do que se costuma chamar de evangelho de resultados na igreja brasileira. Se todos os negócios com políticos fossem revelados outros pseudo-líderes cristãos brasileiros seriam devidamente desmascarados e expostos, e mais ainda, quantos deles seriam pegos “orando” por seus corruptores, chamando-os de “bênçãos” para as suas vidas?
O caso é grave e não pode ser tratado de forma isolada, pois o escárnio e a falta de qualquer tipo de espiritualidade e prática cristã ficaram evidentes e hoje o que se vê é um espanto coletivo da sociedade, principalmente aqueles que não são evangélicos e que se perguntam se não devemos ser o sal da terra e a luz do mundo. Por isto se entende ser diferentes de tudo o que nos cerca. Por isto se entende que não somos iguais aos ladrões, aos corruptos, aos mercenários, aos espertalhões de qualquer matiz.
O pior de tudo isto é que daqui a pouco vão surgir os defensores deste tipo de gente, falando nos seus programas televisivos medíocres dizendo que tudo não passa de armação e conspiração contra o povo de “Deus”, e mais pior ainda é que tem gente que acredita piamente nisto.
Estes velhacos travestidos de pregadores do evangelho só querem tomar grana dos políticos que os corrompem diariamente em busca de apoio e guarida. Não precisamos da política, precisamos é pregar o verdadeiro Evangelho de redenção, da graça, da misericórdia e não estar metidos com negociatas e escândalos com quem quer que seja. No ano que vem teremos eleições e as movimentações de bastidores já começaram e nos próximos meses veremos quem apoia quem.
Hoje, há um leilão frenético e quem pagar mais vai levar o apoio de alguns figurões da igreja brasileira, que certamente custarão milhões de dólares devidamente pagos no oculto e no escondido com dinheiro sujo que vão diretamente para os bolsos destes homens e para financiar programas de rádio, de televisão e projetos pessoais, quando não para enriquecimento mesmo.
Uma pena que seja assim, e dá saudades dos tempos em que os verdadeiros homens de Deus, entravam no ministério para pregar a palavra e terminavam as suas vidas mais pobres do que haviam entrado. Hoje, um destes muitos velhacos querem ser ministros evangélicos e ter influência para poder conseguir mais dinheiro dos seus corruptores as custas de gente simples que vai incitada a votar nos candidatos que devidamente pagarem aos seus líderes.
Será que não está na hora de a igreja brasileira ser passada a limpo e vermos quem é quem de verdade?
via PAVABLOG
Jehozadak Pereira
"Pai, quero te agradecer por estarmos aqui, sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos, mas é o teu sangue que nos purifica. Pai, nós somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para essa cidade. Tantas são as investidas, Senhor, de homens malignos contra a vida dele, contra nossas vidas. Nós precisamos da Tua cobertura e dessa Tua graça, da Tua sabedoria, de pessoas que tenham, Senhor, armas para nos ajudar essa guerra. Acima de tudo, Senhor, todas as armas podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o Senhor nunca falha”.
A “oração” que o deputado distrital e corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal fez pelo corrupto Durval Barbosa é de uma canalhice sem tamanho na história do evangelho brasileiro. O que dirão agora os defensores da política na igreja? O que dirão os que acham que a igreja deve estar imiscuida com os políticos?
A igreja jamais precisou dos políticos seja lá para o que for. Ao contrário, os políticos é que sempre andaram atrás de alguns pseudo-líderes que jamais hesitaram em vender seus púlpitos por qualquer trocado, já que o negócio é monetário e consequentemente as mesuras a adulações do passado já não servem mais para dar um lustro no ego destes líderes. Podem até receber os salamaleques e condecorações, mas desde que venha em primeiro lugar grana, muita grana.
Este caso de Brasília e do deputado Brunelli é só uma ponta do iceberg do que acontece no meio da igreja brasileira, onde cada qual tem o seu candidato, menos por ideologia ou amizade e mais por puro interesse financeiro mesmo, afinal o que importa é o número de eleitores que cada qual domina nos seus rebanhos. Ou seja, o povo na maioria das vezes é chamado a votar no candidato que o cacique religioso indicar e para tanto, a mão do santo, ops, do homem de “Deus” tem que ser devidamente molhada, ou preenchida com régias quantias.
É só conhecer os bastidores da igreja – ou de algumas igrejas e associações religiosas no Brasil, para saber que os velhacos fazem negociatas com políticos a torto e a direiro sem se incomodarem com o que se passa ao seu redor.
Junior Brunelli deu azar e foi apanhado com a boca, ou melhor, com a mão na grana, num vídeo que mostra a crua realidade do que se costuma chamar de evangelho de resultados na igreja brasileira. Se todos os negócios com políticos fossem revelados outros pseudo-líderes cristãos brasileiros seriam devidamente desmascarados e expostos, e mais ainda, quantos deles seriam pegos “orando” por seus corruptores, chamando-os de “bênçãos” para as suas vidas?
O caso é grave e não pode ser tratado de forma isolada, pois o escárnio e a falta de qualquer tipo de espiritualidade e prática cristã ficaram evidentes e hoje o que se vê é um espanto coletivo da sociedade, principalmente aqueles que não são evangélicos e que se perguntam se não devemos ser o sal da terra e a luz do mundo. Por isto se entende ser diferentes de tudo o que nos cerca. Por isto se entende que não somos iguais aos ladrões, aos corruptos, aos mercenários, aos espertalhões de qualquer matiz.
O pior de tudo isto é que daqui a pouco vão surgir os defensores deste tipo de gente, falando nos seus programas televisivos medíocres dizendo que tudo não passa de armação e conspiração contra o povo de “Deus”, e mais pior ainda é que tem gente que acredita piamente nisto.
Estes velhacos travestidos de pregadores do evangelho só querem tomar grana dos políticos que os corrompem diariamente em busca de apoio e guarida. Não precisamos da política, precisamos é pregar o verdadeiro Evangelho de redenção, da graça, da misericórdia e não estar metidos com negociatas e escândalos com quem quer que seja. No ano que vem teremos eleições e as movimentações de bastidores já começaram e nos próximos meses veremos quem apoia quem.
Hoje, há um leilão frenético e quem pagar mais vai levar o apoio de alguns figurões da igreja brasileira, que certamente custarão milhões de dólares devidamente pagos no oculto e no escondido com dinheiro sujo que vão diretamente para os bolsos destes homens e para financiar programas de rádio, de televisão e projetos pessoais, quando não para enriquecimento mesmo.
Uma pena que seja assim, e dá saudades dos tempos em que os verdadeiros homens de Deus, entravam no ministério para pregar a palavra e terminavam as suas vidas mais pobres do que haviam entrado. Hoje, um destes muitos velhacos querem ser ministros evangélicos e ter influência para poder conseguir mais dinheiro dos seus corruptores as custas de gente simples que vai incitada a votar nos candidatos que devidamente pagarem aos seus líderes.
Será que não está na hora de a igreja brasileira ser passada a limpo e vermos quem é quem de verdade?
via PAVABLOG
Por uma Igreja que acolhe para não dividir
Igreja Gay: Uma vergonha para os evangélicos
Hermes Fernandes
Semana passada, no dia 27 de Novembro, uma das rádios evangélicas de maior popularidade do Brasil exibiu um debate sobre homossexualismo. Entre os participantes estavam o Pr. Silas Malafaia, o Desembargador Fábio Dutra, o Pr. Paulo Afonso, o Pr. Augusto Miranda, o Pr. Paulo César e o Pr. Marcos Gladstone. Este último é líder da Igreja Contemporânea do Rio de Janeiro, conhecida como "igreja gay".
Gladstone é homossexual assumido, e declara ser casado com seu companheiro e também pastor Fábio Inácio.
O debate poderia ter sido muito proveitoso, caso não houvesse alguns momentos desrespeitosos, onde as partes se atacaram mutuamente.
Silas, como sempre, vociferou suas opiniões sem o menor recato, chegando ao cúmulo de referir-se aos seus opositores que assistiam no auditório da rádio como "bonecas". No final, retratou-se, sabendo que isso poderia lhe render uma ação jurídica.
Se todos mantivessem a linha, muitas coisas poderiam ter sido esclarecidas. Oportunidade desperdiçada.
Tive pena do Gladstone. Embora discorde de seus posicionamentos, acho que ele merece respeito, como qualquer ser humano.
Silas disse que não há igreja evangélica gay, nem tampouco "pastor gay". Gladstone, para revidar, afirmou que era pastor reconhecido pela Federação de Teólogos do Brasil (ou algo do gênero).
Um dos momentos mais curiosos foi quando Gladstone afirmou que muitos pastores e filhos de pastores já o procuraram em sua igreja, confessando que eram gays. Não duvido nada! Conheço o caso em que um pastor foi flagrado sentado no colo de um obreiro.
Definitivamente, a igreja evangélica brasileira não está preparada para discutir um assunto tão polêmico como este. Falta maturidade, finesse, e sobretudo, amor.
Por que acho que é uma vergonha para os evangélicos que haja uma igreja gay? Simples. Esta igreja só surgiu para preencher uma lacuna deixada pela igreja evangélica. Se os gays fossem acolhidos em nossas comunidades, a fim de que fossem expostos à Palavra de Deus, eles não teriam qualquer razão para buscar uma igreja dedicada exclusivamente a eles.
Não estou dizendo que as igrejas deveriam legitimar sua conduta. Não! Apenas afirmo que devemos ser mais misericordiosos, compassivos, agindo mais ou menos como nosso Mestre agiria.
Me recuso a acreditar que Jesus os rechaçaria. Também não acredito que Ele estimularia que Seus seguidores se entrincheirassem contra os homossexuais, como tem sido feito.
Tornamo-nos seus inimigos número 1. Como poderemos evangelizá-los? Como poderemos conduzi-los aos pés do Salvador?
Será que somos melhores do que eles? Será que nossa avareza, idolatria, inveja, carnalidade, ocupam um lugar de menor importância dentro da lista de pecados condenados pela Palavra?
Sinceramente, creio que a Igreja deveria se manifestar solidária a todo grupo humano minoritário que buscasse ser respeitado. Sem endossar qualquer que fosse a conduta pecaminosa, deveríamos comprar uma briga pelas prostitutas, homossexuais, seguidores das religiões afro-brasileiras, ciganos, etc.
Te escandalizei?
Pois o Cristo a quem sirvo também escandalizou os religiosos pudicos de Sua época ao colocar-se em defesa da mulher adúltera, desmascarando a pseudosantidade dos religiosos que queriam apedrejá-la.
Tornamo-nos tão diferentes de Jesus. Estamos sempre do lado errado. Do lado dos poderosos, dos mantenedores do Status Quo, dos corruptos, dos salafrários.
Repito: não acho que devemos baratear a mensagem do Evangelho, endossando qualquer conduta que não se coadune com seus valores e princípios.
Porém, acredito que devemos usar de misericórdia, tanto quanto dela necessitamos. Afinal, são os misericordiosos que alcançarão misericórdia.
Ao xingar seus oponentes de 'bonecas', ou 'meninas', Silas Malafaia revelou o lado preconceituoso daqueles a quem ele julga representar. Foi um desserviço à causa do Evangelho.
Nunca vi ninguém se converter no calor de uma discussão.
Se queremos ser respeitados, devemos, antes de tudo, respeitar, mesmo o mais vil pecador. Não somos melhores do que eles.
Que tal se olharmos para nós mesmos como fez Paulo, que considerou-se o principal dos pecadores?
Que tal se deixarmos de olhar para o outro de cima pra baixo, e considerar-nos igualmente carentes da graça de Deus?
Que o Projeto de Lei 122 precisa de ajustes, não resta dúvida. Mas não será com xingamentos e ataques que vamos reverter isso.
O que não se pode negar é que o debate serve mesmo é a interesses políticos daqueles que se fiam na ingenuidade do povo evangélico para se elegerem.
Igreja nenhuma deveria sentir-se ameaçada por qualquer que seja a PL. Faz-se um escarcel danado para que os crentes pensem que a tal "ditadura gay" vai obrigar às igrejas a aceitarem e celebrarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E assim, os propineiros vão se elegendo e agradecendo ao deus Mamom pelas "graças" recebidas.
via PAVABLOG
Hermes Fernandes
Semana passada, no dia 27 de Novembro, uma das rádios evangélicas de maior popularidade do Brasil exibiu um debate sobre homossexualismo. Entre os participantes estavam o Pr. Silas Malafaia, o Desembargador Fábio Dutra, o Pr. Paulo Afonso, o Pr. Augusto Miranda, o Pr. Paulo César e o Pr. Marcos Gladstone. Este último é líder da Igreja Contemporânea do Rio de Janeiro, conhecida como "igreja gay".
Gladstone é homossexual assumido, e declara ser casado com seu companheiro e também pastor Fábio Inácio.
O debate poderia ter sido muito proveitoso, caso não houvesse alguns momentos desrespeitosos, onde as partes se atacaram mutuamente.
Silas, como sempre, vociferou suas opiniões sem o menor recato, chegando ao cúmulo de referir-se aos seus opositores que assistiam no auditório da rádio como "bonecas". No final, retratou-se, sabendo que isso poderia lhe render uma ação jurídica.
Se todos mantivessem a linha, muitas coisas poderiam ter sido esclarecidas. Oportunidade desperdiçada.
Tive pena do Gladstone. Embora discorde de seus posicionamentos, acho que ele merece respeito, como qualquer ser humano.
Silas disse que não há igreja evangélica gay, nem tampouco "pastor gay". Gladstone, para revidar, afirmou que era pastor reconhecido pela Federação de Teólogos do Brasil (ou algo do gênero).
Um dos momentos mais curiosos foi quando Gladstone afirmou que muitos pastores e filhos de pastores já o procuraram em sua igreja, confessando que eram gays. Não duvido nada! Conheço o caso em que um pastor foi flagrado sentado no colo de um obreiro.
Definitivamente, a igreja evangélica brasileira não está preparada para discutir um assunto tão polêmico como este. Falta maturidade, finesse, e sobretudo, amor.
Por que acho que é uma vergonha para os evangélicos que haja uma igreja gay? Simples. Esta igreja só surgiu para preencher uma lacuna deixada pela igreja evangélica. Se os gays fossem acolhidos em nossas comunidades, a fim de que fossem expostos à Palavra de Deus, eles não teriam qualquer razão para buscar uma igreja dedicada exclusivamente a eles.
Não estou dizendo que as igrejas deveriam legitimar sua conduta. Não! Apenas afirmo que devemos ser mais misericordiosos, compassivos, agindo mais ou menos como nosso Mestre agiria.
Me recuso a acreditar que Jesus os rechaçaria. Também não acredito que Ele estimularia que Seus seguidores se entrincheirassem contra os homossexuais, como tem sido feito.
Tornamo-nos seus inimigos número 1. Como poderemos evangelizá-los? Como poderemos conduzi-los aos pés do Salvador?
Será que somos melhores do que eles? Será que nossa avareza, idolatria, inveja, carnalidade, ocupam um lugar de menor importância dentro da lista de pecados condenados pela Palavra?
Sinceramente, creio que a Igreja deveria se manifestar solidária a todo grupo humano minoritário que buscasse ser respeitado. Sem endossar qualquer que fosse a conduta pecaminosa, deveríamos comprar uma briga pelas prostitutas, homossexuais, seguidores das religiões afro-brasileiras, ciganos, etc.
Te escandalizei?
Pois o Cristo a quem sirvo também escandalizou os religiosos pudicos de Sua época ao colocar-se em defesa da mulher adúltera, desmascarando a pseudosantidade dos religiosos que queriam apedrejá-la.
Tornamo-nos tão diferentes de Jesus. Estamos sempre do lado errado. Do lado dos poderosos, dos mantenedores do Status Quo, dos corruptos, dos salafrários.
Repito: não acho que devemos baratear a mensagem do Evangelho, endossando qualquer conduta que não se coadune com seus valores e princípios.
Porém, acredito que devemos usar de misericórdia, tanto quanto dela necessitamos. Afinal, são os misericordiosos que alcançarão misericórdia.
Ao xingar seus oponentes de 'bonecas', ou 'meninas', Silas Malafaia revelou o lado preconceituoso daqueles a quem ele julga representar. Foi um desserviço à causa do Evangelho.
Nunca vi ninguém se converter no calor de uma discussão.
Se queremos ser respeitados, devemos, antes de tudo, respeitar, mesmo o mais vil pecador. Não somos melhores do que eles.
Que tal se olharmos para nós mesmos como fez Paulo, que considerou-se o principal dos pecadores?
Que tal se deixarmos de olhar para o outro de cima pra baixo, e considerar-nos igualmente carentes da graça de Deus?
Que o Projeto de Lei 122 precisa de ajustes, não resta dúvida. Mas não será com xingamentos e ataques que vamos reverter isso.
O que não se pode negar é que o debate serve mesmo é a interesses políticos daqueles que se fiam na ingenuidade do povo evangélico para se elegerem.
Igreja nenhuma deveria sentir-se ameaçada por qualquer que seja a PL. Faz-se um escarcel danado para que os crentes pensem que a tal "ditadura gay" vai obrigar às igrejas a aceitarem e celebrarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E assim, os propineiros vão se elegendo e agradecendo ao deus Mamom pelas "graças" recebidas.
via PAVABLOG
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